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Globalização e Desenvolvimento: Realidade, Possibilidade ou Miragem?

 

Índice:
Considerações Prévias
1. Objecto do texto
2. Noção de globalização
3. Primeira noção de desenvolvimento
4. Aplicação a África
Globalização, Realidades e Mitos
Esclarecimentos iniciais
5. Perigos das evidências
6. Fase do capitalismo
7. Sobre o conceito de «mercado»
8. Tecnologia e globalização
Caracterização da globalização
9. Análise económica diferencial
10. Primeiros elementos caracterizadores
11. Actividades improdutivas e redistribuição
12. Economia não-registada e redistribuição
13. Agravamento das desigualdades
14. Poder político sempre presente
África e Globalização
15. Agravamento da situação
16. Alguns dados
17. Economia não-registada
18. «Desenvolvimento» contra as populações
Desenvolvimento, o Desafio Etnocêntrico
19. Bases do «desenvolvimento»
20. Criação social do subdesenvolvimento
21. Dualismo desarticulado
22. «Desenvolvimento» enquanto neocolonialismo
23. «Indústria da cooperação»
Apontamento final
24. Síntese
25. A “renda” e a sua problemática
Bibliografia
Notas


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Documento e Referências


 
Resumo

Uma leitura científica da sociedade actual exige uma crítica das evidências e uma reanalise da história recente contada e propagandeada pelos vencedores.
A globalização, fase recente da mundialização do capitalismo imperialista, caracteriza-se diferencialmente, entre outros aspectos, pelo aumento da importância dos mercados financeiros, assente no capital fictício. Globalização é agravamento das desigualdades económico-sociais à escala mundial e importância crescente da economia subterrânea na reprodução do sistema.
A história da economia mundial ao longo dos séculos e o aparecimento das problemáticas do desenvolvimento mostram que estamos perante uma dinâmica que predominantemente associa os interesses dos países desenvolvidos com a realidade de uma intensa prática diplomática, económica e de «cooperação» cujos resultados efectivos são fracos, nulos ou até contraproducentes.
A síntese da globalização e das práticas de desenvolvimento conduz a um dos períodos mais dramáticos para os povos dos países subdesenvolvidos, nomeadamente de África.
Este continente é um espaço geográfico-social em que os impactos da globalização e as práticas do desenvolvimento mostram convincentemente quanto as agendas político-económicas e os actuais modelos económicos e sociais podem ser prejudiciais para a vivência e a sobrevivência dos povos.
Com base na informação estatística disponível e nos modelos teóricos esboçados procuraremos destrinçar a realidade das miragens, traçar algumas pistas de investigação e de política para mudar alguns aspectos desta situação.

A scientific reading of modern society requires a criticism of what we can see around us and a re-analysis of the recent history told and propagandised by the winners.
Globalisation, the recent stage of the worldwide spread of imperialist capitalism, is characterised differentially, among other aspects, by the increase in the importance of the financial markets, based on fictitious capital. Globalisation is the worsening of the economic and social inequalities on a world scale and the growing importance of the underground economy in the system’s reproduction.
The history of the world economy over the centuries and the appearance of the problems of development show that we are faced with a dynamic that predominantly associates the interest of developed countries with the reality of an intense diplomatic, economic and “cooperative” practice, whose effective results are weak, null or even counterproductive.
The synthesis of globalisation and of the practices of development has led to one of the most dramatic periods for the people of the underdeveloped countries, namely in Africa.
This continent is a geographic-social arena in which the impacts of globalisation and the practices of development are convincing proof of how much politico-economic agendas and present economic and social models can harm the way of life and the survival of different peoples.
Based on the available statistical information and on the theoretical models outlined, we will seek to disentangle the reality from the mirage, draw some clues for research and for policies that will change some aspects of this situation.

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