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Editorial
O debate sobre a evolução do “campo” no mundo moderno começou há mais de três séculos. Da fisiocracia aos recentes pareceres do Banco Mundial, reabilitando a pastorícia em África, o espectro dos juízos de valor sobre o papel das sociedades tradicionais - agentes ou travões da acumulação de capital - percorreu todas das tonalidades.
Mas terão sido alguma vez as sociedades rurais verdadeiras sociedades tradicionais, tal como tantos historiadores e etnólogos frequentemente modelizaram? E existirão verdadeiramente sociedades rurais no mundo moderno, a ponto de justifi car um outro tipo de modelos, os da “dualidade”?
A trajectória destas evoluções parece ainda mais confusa em regiões tocadas perversamente pela “modernidade”, como é o caso dos antigos territórios coloniais e periféricos. Em África e, em menor escala, na Ásia tropical os poderes coloniais introduziram frequentemente tecnologias, normas de propriedade e de organização fundiária que alteraram, sem o destruir totalmente, o anterior tecido rural. Ao contrário do que aconteceu maioritariamente na Europa e nas Américas, a integração no mercado mundial não fez tábua rasa das antigas classes agrárias. As noções de “reforma agrária” ou “revolução verde”, tão popularizadas nas descrições de históricas doutros continentes, ganham aqui evidentemente um outro conteúdo.
Os materiais aqui publicados foram inicialmente discutidos sob a forma de comunicações apresentadas num colóquio do CEAUP em Santo Antão, no qual estiveram presentes sobretudo especialistas da Macaronésia, dos Camarões e de Angola. Compreende-se que os resultados apresentados aqui visem sobretudo a perspectiva comparada e duma forma limitada: apenas dois casos insulares (Canárias e Cabo Verde) e dois casos continentais (Camarões e acessoriamente Angola).
Se a diversidade geográfica foi reduzida, em contrapartida as contribuições vieram de diferentes ciências sociais: geografia, história, ecologia e sociologia. Como complemento, publicamos uma entrevista com o coordenador da primeira ONG ambientalista angolana, a ADRA.
Esperamos que deste conjunto se possa perspectivar o que a “bolha” bolsista das matérias-primas do verão de 2008 teve pelo menos o mérito de tornar claro: que o futuro próximo da Terra passa, cada vez mais, pela terra.
Revista Internacional de Estudos Africanos/ International Journal of African Studies:
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Tipografia: Papelmunde
Edição: Miguel Silva - Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto
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Capa: Serviçais na rega da horta, 1910, Porto Amélia, Moçambique. Colecção Angela Camila e António Faria.
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