Cadernos de Campo. Orlando Ribeiro. Guiné 1947 - 1º vol. Colecção Experiências de África. Série Orlando Ribeiro - Ed. Humus / CEAUP, 2011.

 

Índice:

  • Agradecimentos
  • Apresentação da Série Orlando Ribeiro
  • Prefácio
  • I. ESTUDOS
  • ORLANDO RIBEIRO —A MISSÃO DE GEOGRAFIA À GUINÉ EM 1947
  • 1. A organização da missão
  • 2. O trabalho de campo
  • II. DOCUMENTOS
  • 1. O caderno de campo
  • 2. Dois estudos de Orlando Ribeiro (1950)
  • Missão de Geografia à Guiné em 1947
  • Acerca do mapa topográfico da Guiné
  • 3. Fotografias
  • III. MATERIAIS DE APOIO
  • 1. Mapas
  • 2. Glossário
  • 3. Bibilografia
  • 4. Índice toponímico

Referência bibliográfica do livro:

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Cadernos de Campo. Orlando Ribeiro. Guiné 1947 - 1º vol. Colecção Experiências de África. Série Orlando Ribeiro - Ed. Humus / CEAUP, 2011.

 

Prefácio

Orlando Ribeiro é talvez o mais conhecido e célebre geógrafo português que contribuiu para o conhecimento da Geografia no Ultramar nos anos 1940. Impulsionou e permitiu ao mesmo tempo o desenvolvimento da pesquisa científica no domínio das ciências geográficas nas antigas colónias, no caso concreto da então Guiné Portuguesa. As obras de Orlando Ribeiro constituem a base da informação disponível sobre a geografia tanto fisica como humana desta região.
A obra de Orlando Ribeiro Missão de Geografia à Guiné em 1947, editada a título póstumo, representa uma contribuição para o conhecimento da geografia dessa então colónia portuguesa. Apesar dos esforços realizados no período depois da independência, são poucas as investigações aprofundadas realizadas actualmente no domínio da ciência geográfica. O resultado da pesquisa das duas missões do autor desta obra na Guiné, nos anos 40 e 50 do século XX, continua pois a ser válido e poderá ser capitalizado para estudos posteriores.
Os conhecimentos existentes na Guiné-Bissau no domínio da ciência geográfica tiveram, de facto, uma contribuição decisiva de Orlando Ribeiro. Ele esteve na base da preparação de muitas missões científicas no Ultramar e mais especificamente na Guiné portuguesa. Só para citar algumas:

" a missão geológica que mais tarde veio a culminar com a publicação do esboço da geologia da Guiné portuguesa;

" esboço de solos da Guiné portuguesa elaborado por Silva Teixeira em 1962; trata-se da única publicação científica na matéria até à data presente;

" mapas topográficos da Guiné Portuguesa publicados em 72 folhas nos anos 50, pela Junta das Missões Geográficas e de Investigações do Ultramar. Estes constituem a obra de referência cartográfica na actualidade.

Os três documentos acima citados são obras célebres a nível nacional, e na data presente estes materiais científicos carecem de actualização.
Orlando Ribeiro, por outro lado, tentou compreender a inter-relação e a interdependência que existe entre o homem, a natureza e a sociedade, procurando conhecer alguns traços comuns em termos de povoamento, cultura e agricultura, assim como a grande diversidade e complexidade étnica.
Hoje, o estudo da geografia ao mais alto nível, na Guiné-Bissau, está numa fase embrionária nas diferentes instituições do saber. A divulgação do volume das informações disponíveis na presente obra, que não são do conhecimento da camada intelectual e profissional do país, contribuirá para a valorização dos conhecimentos dos pesquisadores sobre a geografia do país.
A geografia é considerada um instrumento de planificação e intervém na organização do território. Por exemplo, a iniciativa da Planificação Costeira, lançada nos fins dos anos 1980, teve uma contribuição importante para os conhecimentos adquiridos pelas diferentes missões geográficas à Guiné-Bissau. A base cartográfica que constitui a actual espinha dorsal do banco de dados no formato SIG (Sistema de Informação Geográfica) disponível no INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa) foi inspirada a partir dos mapas topográficos da Guiné elaborados pela Junta das Missões Geográficas e de Investigações do Ultramar.
Esta obra poderá, portanto, contribuir significativamente para a conservação da natureza e a gestão racional dos recursos naturais. A institucionalização de uma política de gestão da biodiversidade deve basear-se sobretudo no conhecimento do meio: aqui reside a importância maior desta obra sobre a geografia da Guiné-Bissau.

 

Alfredo Simão da Silva
Geógrafo e Director-Geral do IBAP - Guiné-Bissau
(Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas)

Apoio

Unidade I&D integrada no projeto com referência UIDB/00495/2020 (DOI 10.54499/UIDB/00495/2020) e UIDP/00495/2020.

 

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